SIMBOLOGIA E FENOMENOLOGIA

Zoroastro, Thoth, Hermes e inúmeros outros personagens que se imortalizaram ao longo dos séculos, necessariamente não tiveram existência real. Em Magia e Kabala, por exemplo, nomes e personagens quase sempre são simbólicos e axiomáticos. Isso não invalida, ao mesmo tempo, a realidade histórica desses mesmos personagens. Veja-se o caso do Cristo. Existiu e existe o Cristo histórico, o Cristo Cósmico e o Cristo místico ou simbólico, sem se esquecer, evidentemente, o Cristo Interno e individual de cada um.

Quando se faz estudos comparativos de religiões e teogonias religiosas, percebe-se a constância e a repetição de nomes ou valores. É como se todos os cultos, religiões e ritos fossem — como de fato são — ondas sucessivas oriundas de um mesmo, único e primeiro centro: Deus. Portanto, não há Magia sem Deus.

Quando se faz estudos comparativos de religiões e teogonias religiosas, percebe-se a constância e a repetição de nomes ou valores. É como se todos os cultos, religiões e ritos fossem — como de fato são — ondas sucessivas oriundas de um mesmo, único e primeiro centro: Deus. Portanto, não há Magia sem Deus.

Gisborough

A palavra Deus, reconhecemos, está desgastada. Mas, não importa. Troquemo-la por expressões como “universo”, “vida”, “natureza”, etc. Não importam os nomes. Todos são meros conceitos para exprimir uma determinada realidade, a qual, mesmo em laboratório, não pode ser provada. Mas, ao mesmo tempo, é tão demonstrável e tão empírica quanto qualquer outra experimentação ou demonstração científica. A única e irrefutável prova é aquela estabelecida diretamente pela nossa inteligência, ou seja, a comprovação.

O culto ao fogo, criado e estabelecido por Ram ou Rama, o Sétimo Avatar de Vishnu, há cerca de 6 mil anos atrás, reverenciava o Logos Solar. Esse mesmo culto ao degenerar-se, ao cair, deixou de cultuar e reverenciar o ente divino. Pior que isso: distanciou-se de tal modo de sua origem e finalidade que se transformou em sacrifícios humanos e imolações de crianças e virgens. Onde está o erro: na Magia ou na ignorância?

Numa, o autêntico fundador de Roma, estudou e foi iniciado nos Mistérios da Magia. Dizem antigas tradições que Numa possuía o poder de formar e dirigir o raio. Outros, tentando a mesma proeza, acabaram morrendo, por não saberem como dirigir a descarga elétrica. A própria Arca da Aliança é tida por muitos, até hoje, como um poderoso gerador de eletricidade. Sabe-se, com segurança, que os antigos conheciam a eletricidade, especialmente certos aspectos da eletricidade, que a atual civilização, com sua ciência, ainda não conseguiu descobrir e dominar.

Dentre outros antigos símbolos da Alta Ciência estão o leão e a serpente. A “ciência do fogo” era - e ainda é - o Grande Arcano dos magos. Há muitas ilustrações antigas mostrando homens dominando leões e segurando serpentes. O leão representa sempre o fogo celeste enquanto que as serpentes representam as correntes elétricas e magnéticas da Terra (e do homem).

Toda a Magia Hermética, todo o ocultismo autêntico está assentado no axioma do “governo do fogo”. Não há, nem pode haver, mago verdadeiro que não tenha, antes, se apossado da Tocha dos Deuses. No tempo de Zoroastro, e das grandes cidades de Nínive, Babilônia, Assíria e outras, foram erigidos os maiores monumentos de nossa história. Nessas cidades, o templo e o palácio do rei se sobressaíam das demais construções.

Isso significa que, nos tempos áureos da humanidade, realeza e sacerdócio formam uma dualidade inseparável. A civilização cristã tentou copiar esse modelo, porém, não conhecendo os segredos da Alta Ciência, desprezados pelos primeiros padres da Igreja, enveredou pelos perigosos e traiçoeiros caminhos da ambição e da ostentação material.

O leão representa sempre o fogo celeste.

Voltando-se ao tempo áureo da Magia, do sacerdócio e da realeza, naquela época, os templos, sob a vontade dos magos-sacerdotes, cobriam-se de nuvens, relâmpagos, luz ou trevas. Relatam antigas tradições que as lâmpadas acendiam-se por si mesmas, os Deuses tornavam-se visíveis e infeliz daquele que atraísse sobre si a maldição dos Iniciados. Hoje, isso só ocorre em alguns templos budistas muito secretos e inacessíveis do Oriente.

O templo protegia o palácio, e, os exércitos do rei, combatiam a favor da religião dos magos. Nessa época o rei era sagrado; de fato, era o governante divino na Terra, de cuja lembrança ancestral ainda hoje encontram-se fragmentos (superstições) em certas monarquias. Vem daí o costume de os súditos se prostrarem à passagem do rei e da rainha...

O poder dos magos era tão grande nesses tempos áureos que todo aquele que intentasse passar os limites do palácio real, sem permissão, caía fulminado. Não pelo gládio ou lança, mas por mãos invisíveis, pelo raio ou pelo fogo do céu. “Que religião! Que poder!”, exclama Eliphas Levi. “Que grandes sombras!”, exclamamos nós (porque, sempre, onde há luz, ha trevas).

Nemrod! Semíramis! Quem nunca ouviu estes nomes? Não há dúvida: há muitos mistérios enterrados nos túmulos das nações... Em Aquário voltaremos a viver, novamente, esses tempos gloriosos. As religiões de hoje cederão lugar, gradativamente, para uma espiritualidade universal. Os magos aquarianos conquistarão, mais uma vez, suas espadas e seus cetros de poder, para voltar a governar o mundo com justiça, poder e sabedoria. Evidente que isso só será realidade num futuro não muito próximo... — após a Grande Catástrofe.

Magia é uma ciência da qual ninguém pode abusar sem perdê-la e sem perder-se. Os soberanos e sacerdotes do mundo antigo eram grandes demais para não se arruinarem caso viessem a cair. Acabaram tomados de soberba, tornaram-se orgulhosos e caíram.

Recorde-se aqui a lenda da Torre de Babel. Nessa época, os homens (magos) orgulhosos de sua força e sabedoria, decidiram construir uma torre que ligasse a terra ao céu; foram fulminados porque a criatura jamais se igualará ao Creador...

A grande época mágica da Caldéia é anterior ao reino de Semíramis. No tempo de Semíramis a religião já estava decaindo, transformando-se em idolatria. O culto a Astartéia substituía o da Vênus celeste e a realeza começava a se fazer adorar sob diferentes nomes. Semíramis coloca, então, a religião a serviço da política e das campanhas militares; substitui os velhos templos por grandiosos monumentos. Dessa forma o sacerdócio se fazia cada vez menor que o império. À medida que o império ruía, esmagava o sacerdócio, e desse tempo até nossos dias, fomos mergulhando mais e mais na Idade de Ferro. E até hoje amargamos as conseqüências de antigas decisões...

Percebe-se, então, que o poder oferecido ou escondido na Magia, vai muito além do que supõem as pessoas. Não se trata de simples realização de rituais, energias, seres, deuses, devas ou invocações e usos de símbolos e perfumes. É tudo isso ao mesmo tempo e muito mais, operados e conduzidos pela vontade, poder, sabedoria e soberania do Mago.

  • Aqueles que aspiram a Alta Ciência têm em Zoroastro as seguintes orientações:
    1. É preciso estudar e conhecer as leis misteriosas do equilíbrio que submete ao império do bem até as potências do mal.
  • 2. É preciso purificar o corpo e a alma pelas provações, lutas e vencer os fantasmas da alucinação e do medo.
  • 3. É preciso ter vencido os vícios, paixões e limitações pessoais.

Quando caiu Babilônia terminou o tempo da Magia pura, da Magia em si mesma, e tinha início a época cabalística. Abraão, saindo da Caldéia, levou consigo os Mistérios da Magia, dando início, assim, à segunda ciência, à segunda face da Magia: a Kabala.

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