AS ORIGENS DA MAGIA

“Não deis aos cães as coisas santas, nem deisteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés, e, voltando-se, vos despedacem.” (Mat. VII, 6.).

Alegoricamente, no livro apócrifo de Enoque, está escrito que a Magia foi ensinada pelos anjos que se deixaram cair do céu para amar as filhas dos homens. Segundo Eliphas Levi, os filhos do céu são os Iniciados, os Magos, os sacerdotes antigos, os detentores dos segredos da Alta Ciência.

Os filhos do céu, seduzidos ou embriagados pelas forças magnéticas da natureza, concentradas nas filhas dos homens, acabaram, pela primeira vez, numa época muito distante da atual, trocando seu cetro de poder pelo Osso de Onfale ou seus segredos mais poderosos pelos feitiços, pelas paixões humanas. Vale dizer que a volúpia, a paixão, a força cega (ódica) de Eros destronou os brilhantes filhos dos céus nos primórdios da humanidade terrestre. Tanto Adão quanto os magos foram seduzidos pela mesma serpente que até nossos dias atrai e ilude ricos e pobres, crentes e descrentes, santos e depravados.

Para se chegar à Alta Magia é preciso escalar, cuidadosamente, o tronco da Árvore da Vida e o tronco da Árvore do Bem e do Mal. Moisés, Davi, Salomão, Krishna, Buddha, Pitágoras, Platão, Jesus, Maomé, todos tiraram dessas duas árvores cabalísticas seus poderes e cetros de reis, sacerdotes, magos, profetas ou, simplesmente, grandes seres. Portanto, é a Magia ou Alta Ciência destinada aos homens e mulheres que chegaram ao domínio da vontade, da imaginação e das paixões e fraquezas humanas. Há que se ter sempre em mente que a casta natureza não entrega as chaves da sua câmara nupcial aos adúlteros e fornicários.

Nem Deus nem a natureza geram reis e escravos. Todos nascem para trabalhar; todos nascem operários da Grande Obra do Creador. Contudo, há operários que se negam a trabalhar. Mesmo assim, o Grande Arquiteto do Universo respeita o livre arbítrio. Mas, para manter a ordem e poder respeitar o livre arbítrio dessas criaturas, que preferem não trabalhar na Grande Obra, são estabelecidas leis e sistemas. Ou seja: a decisão do homem de não colaborar com o Plano Divino levou Deus a estabelecer a Hierarquia para que as Leis pudessem ser aplicadas.

Para se chegar à Alta Magia é preciso escalar, cuidadosamente, o tronco da Árvore da Vida e o tronco da Árvore do Bem e do Mal. Moisés, Davi, Salomão, Krishna, Buddha, Pitágoras, Platão, Jesus, Maomé, todos tiraram dessas duas árvores cabalísticas seus poderes e cetros de reis, sacerdotes, magos, profetas ou, simplesmente, grandes seres. Portanto, é a Magia ou Alta Ciência destinada aos homens e mulheres que chegaram ao domínio da vontade, da imaginação e das paixões e fraquezas humanas. Há que se ter sempre em mente que a casta natureza não entrega as chaves da sua câmara nupcial aos adúlteros e fornicários.

Em Magia existem apenas duas categorias de pessoas: senhores e escravos. Todos nascem escravos de suas necessidades. Hoje, mais que no passado, novas necessidades foram e estão sendo inventadas e mantidas por um aparato publicitário, sustentado pela indústria do consumo. É possível a libertação dessas necessidades. Em Magia isso é indispensável porque não há como nivelar senhores e escravos em nome de um falso conceito igualitário e fraternal.

A inteligência deve governar e o instinto obedecer. Está escrito, no gigantesco livro aberto da natureza, que são os homens livres que devem governar e conduzir os escravos. Isso não quer dizer, de forma alguma, que os escravos sempre serão escravos. Ou que os senhores devem fazer e manter sistemas de escravidão como muitos acreditam, fizeram e querem fazer crer.

Pelo contrário: os escravos estão sendo chamados, permanentemente, a se libertarem. Contudo, não entendem a liberdade, não querem a liberdade. Sonham com uma liberdade feita à sua imagem e extensão, onde tudo, hedonisticamente, é possível e legítimo, acima e além de todas as leis que criaram e mantêm o universo.

A liberdade, por conseguinte, não consiste em legalizar ou autorizar a prática de vícios, prazeres, paixões ou cultos hedonísticos. Isso seria a pior e a mais perversa de todas as tiranias. A liberdade é um estado de consciência e consiste em obedecer, voluntariamente, às leis que geram e sustentam a vida.

São as paixões e apegos individuais que levam à existência e ao estabelecimento de leis, governos e sistemas conduzidos por homens livres. São os escravos, em última análise, que fazem necessária a existência de senhores — e não o contrário. Compreende-se aqui, então, por que os poderes da Alta Ciência não podem e nem são entregues aos ambiciosos, gananciosos, cúpidos, intrigantes, caluniadores, etc.

A Atlântida afundou porque seus sacerdotes prostituíram a Magia. A atual civilização também já se condenou ao desaparecimento, primeiro porque profanou os Mistérios e, depois, porque deixou de seguir seus preceitos. Não existe retrato mais vivo e candente da inversão de princípios que o da civilização atual. Hoje, são os escravos que governam e fazem as leis. A conseqüência é o caos social, fruto da tirania econômica e política, e de um perverso desnivelamento de valores, bens e riquezas que Deus e a natureza nos dão.

Nem Deus nem a natureza geram reis e escravos. Todos nascem para trabalhar; todos nascem operários da Grande Obra do Creador. Contudo, há operários que se negam a trabalhar. Mesmo assim, o Grande Arquiteto do Universo respeita o livre arbítrio. Mas, para manter a ordem e poder respeitar o livre arbítrio dessas criaturas, que preferem não trabalhar na Grande Obra, são estabelecidas leis e sistemas. Ou seja: a decisão do homem de não colaborar com o Plano Divino levou Deus a estabelecer a Hierarquia para que as Leis pudessem ser aplicadas.

Deveriam aprender, os governantes e políticos do mundo inteiro, que só dentro da Hierarquia pode haver Liberdade, Igualdade e Fraternidade, hierarquia essa que só pode existir dentro dos valores da Consciência, da Alma, do Ser, e não do Intelecto ou da Personalidade ou do Ego.

Por tudo isso, por toda a realidade escondida atrás dessas palavras, é que se pode afirmar que, entregar os segredos da Magia ao povo ignorante, é o mesmo que expor a nudez paterna à curiosidade dos estranhos — como relata a Bíblia na passagem referente a Noé. O próprio Mestre Jesus alertava seus discípulos com estas palavras: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deisteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés, e, voltando-se, vos despedacem.” (Mat. VII, 6.).

 

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