Bibliografia
pesquisada "Fundamentos de Teosofia", por C.
Jinarajadasa; Ed. Pensamento.
Quando
empregamos a palavra "verdade", queremos significar
um conhecimento do universo, em todas as suas manifestações,
visíveis e invisíveis. Essas manifestações,
quando refletidas em nossa consciência, dão
origem à percepção de uma lei.
A
Verdade, realmente, não é fruto das descobertas
dos investigadores; a Verdade existe, porque o universo
existe.
É
essencial ao nosso entendimento da verdade um
agudo senso de beleza da Natureza como ela trabalha,
porque a mente que cataloga fatos e deduz leis
pode levar-nos apenas até certo ponto,
e não além.
A
vida tem mais mistérios do que nossa mente
pode imaginar e é por entre os estudos
esotéricos, que pode o homem melhor compreender
estas e outras realidades.
Ora,
esta Verdade somos nós, pois o homem, uma parte
infinitesimal do Todo, é, não obstante e
de modo misterioso, aquele Todo. Além do mais,
de um modo que parece incrível, qualquer verdade
referente ao Todo é encontrada algures, em qualquer
fração do Todo. Portanto, as verdades referentes
a Deus; à natureza, e à ascensão
do homem rumo à Divindade, existem no próprio
homem. Os tesouros de sabedoria, amor e beleza do Todo
existem nos mais íntimos recessos da alma humana.
Se um homem investigar corretamente, poderá encontrar
toda a Verdade.
Um
fato é evidente: embora o atributo essencial da
natureza seja a beleza, tal beleza está baseada
na geometria. A velha máxima dos estóicos,
"Deus geometriza", revela profunda verdade,
à proporção que a ciência penetra
cada vez mais os mistérios da natureza.
Todos
nós sabemos que a natureza constrói geometricamente
em todos os minerais. Sabemos que o gelo é um cristal,
mas quem poderia sonhar que a água, transformando-se
em gelo, poderia formar uma maravilha geométrica,
quando por exemplo observamos uma foto da estrutura interna
do gelo? "Mas este fíníssimo desenho
devia ter sido traçado e amoldado por um grande
artista, certamente" -, diríamos nós,
de a fotografia fosse a de um forro com desenhos sem relevo.
Mas trata-se de uma fotografia de cristais de gelo.
Em
toda parte a natureza constrói com beleza. Donde
vem a beleza do pássaro Lira da Austrália
ou a beleza da curva dorsal do gato? Como poderia a natureza,
"mecanicamente", sempre elaborar uma estrutura
de ossos e músculos de molde a tornar bela a pose
leão? Examinando qualquer pássaro em pleno
vôo, verificamos que a natureza revela não
somente suas mãos de artista primorosa como também
a poesia do movimento.
E
quando chegamos ao domínio da cor, como aparece
nos pássaros e peixe, que nosso sentimento
de admiração pelas criações
artísticas da natureza se torna mais profundo.
Nenhuma teoria de uma seleção mecânica
dos genes no cromossomo nem a de uma estrutura geométrica
inerente à natureza poderão explicar
a esplêndida inspiração de um
mestre artista que coloriu os pássaros e
os peixes.
Somente
aquele que é um verdadeiro artista (isto
é, aquele que durante longos anos treinou
olhos e mãos, desenvolveu a imaginação
para sentir aquele princípio inefável
que é "Arte") é que reconhece
que a natureza não pode ser mecânica
nem simplesmente o produto de um "simples geômetra".
A vida da natureza palpita com arte, embora a geometria
possa também ser observada, se por ela nos
interessarmos.
É
essencial ao nosso entendimento da verdade um agudo senso
de beleza da Natureza como ela trabalha, porque a mente
que cataloga fatos e deduz leis pode levar-nos apenas
até certo ponto, e não além. A vida
tem mais mistérios do que nossa mente pode imaginar
e é por entre os estudos esotéricos, que
pode o homem melhor compreender estas e outras realidades.