A
Divina Mãe e o Eterno Feminino
V.M.
Samael Aun Weor
Antes
de tudo, faz-se necessário falar um pouco sobre o
Eterno Feminino e dissertar a respeito do Cristo Nosso Senhor.
Espero que todos prestem o máximo de atenção.Certamente,
Deus Mãe é o fundamento desta grande Criação.
Precisamos nos identificar cada vez mais e mais com o Eterno
Feminino. Devemos ver em cada mulher a representação
viva desse Eterno Feminino. Obviamente, a mulher nasce com
uma santa predestinação, que é a de
ser mãe.
Até
uma menina é uma representação do Eterno
feminino; qualquer moça é uma mãe em
potencial.Se nos lembrarmos daquela mulher que nos embalou
no berço e que nos alimentou com seus pesados peitos
quando éramos crianças, veremos nela um poema
vivo, muito íntimo, natural e profundo, de uma simplicidade
extraordinária e de uma grandeza que sempre passa
despercebida para todos esses humanóides que têm
a Consciência adormecida.
Quero
que todos façam consciência do que é
esse verso vivo, do que é essa melodia inefável
do princípio feminino eterno.
A
Grande Mãe é demasiado compassiva quando nos
brinda com esse verso, sem que o mereçamos, depois
de termos sido perversos, depois de que nos arrastamos pelo
lodo da terra de existência em existência.
Morremos
e depois retornamos, para sermos embalados em um berço
sem o merecermos, para sermos amados por alguém que
só vê em nós uma esperança, para
sermos conduzidos por essa que é todo amor. Parece
paradoxal e não teria explicação se
não existisse o onimisericordioso e eterno Pai Cósmico
Comum, Aelohim, como diziam os antigos.
Se
retrocedermos um pouquinho mais no curso dos anos, conseguiremos,
mediante o despertar, nos lembrar da mãezinha que
tivemos em nossa passada existência. Nos veremos outra
vez em um berço, aos nossos ouvidos chegam os arrulhos
daquela que tem a esperança posta em nós,
nos veremos dando os primeiros passos, levados por seus
braços...
Se
continuarmos com o exercício retrospectivo, retornaremos
não só à existência passada,
mas à anterior, e novamente nos encontraremos com
um desses poemas, com uma infância nos embalos de
um berço.
Assim,
continuando de forma retrospectiva, para trás, de
século em século, de idade em idade, poderemos
sempre sentir os mesmos embalos e os mesmos arrulhos do
Eterno Feminino, sempre nos amando, levando-nos em seus
braços, alimentando-nos com seus seios e mimando-nos.
Todas
essas mãezinhas que tivemos através dos inumeráveis
nascimentos, pode parecer que estão definitivamente
perdidas no tempo, mas, em verdade, todas elas são
a viva expressão da Grande Mãe Cósmica.
Nos
olhos de nossa Devi Kundalini Shakti, nossa Mãe Cósmica
particular e individual, vemos o brilho de todos os olhos
das inumeráveis mãezinhas que no passado tivemos.Nela,
nossa Divina Mãe Kundalini, nela, nossa Ísis
particular, estão representadas todas as nossas mãezinhas
que nos amaram através dos incontáveis séculos.
Por
isso, devemos amar de verdade nossa Mãe Cósmica,
vívida representação do Eterno Feminino.
Todas
as mãezinhas que velaram por nós através
do curso da história, todas as que nos embalaram,
todas as que nos alimentaram, no fundo são uma só
e única: "Ela", Ísis, a quem nenhum
mortal levantou o véu, Neith, a bendita Deusa Mãe
do Mundo.
Se
pensamos nesse Eterno Feminino, Deus Mãe, veremos
que nossa Devi Kundalini particular é um raio dessa
bendita Deusa Mãe do Mundo. Assim, o Eterno Feminino
que velou por nós através de tantos séculos,
que nos embalou em tantos berços, é Ela, a
nossa Divina Mãe. Nela estão personificadas
todas as mãezinhas do mundo, todas as que tivemos
através das diversas idades... Felizmente,
não as perdemos, ficaram em nossa Divina Mãe.
Se
as pessoas tivessem a consciência desperta, saberiam
valorizar melhor esse ser que é a mãe, mas
as pessoas têm a consciência adormecida, e por
isso são incapazes de valorizar realmente essa criatura
que é a mãe.
É
preciso que nos tornemos cada vez mais conscientes do que
é o Eterno Feminino. Não merecemos o que nos
foi dado; depois de termos sido uns velhacos, uns perversos,
nos encontramos em um berço e com uma doce mãezinha
que nos embala em seus braços.
Parece
paradoxal, e volto a dizer, se não fosse pela misericórdia
d'Aquele que não tem nome, isso seria inexplicável.
Infelizmente,
quando crescemos, o Ego se manifesta. Nos primeiros anos,
é a Essência que se manifesta na criatura,
por isso a criança é tão bela. À
medida que vamos crescendo, a personalidade se desenvolve
e o Ego vai se expressando lentamente até que um
dia definitivamente entra em ação. Então,
nos tornamos diferentes.
Os
belos pensamentos, aqueles que tínhamos na infância,
são esquecidos e perdidos. Aquele encanto dos nossos
primeiros passos fica relegado ao esquecimento, as nobres
intenções que tínhamos quando éramos
crianças são pisoteadas e delas não
ficam nem lembranças.
Ao
redor da Essência, o Ego se fortifica. A personalidade
se reforça, adquire certos modos, preconceitos, etc.
Obviamente, a Essência fica arquivada, lá no
fundo mais profundo da psique, relegada ao mais completo
esquecimento.
Por
fim, a personalidade, com todos os seus preconceitos, e
o Ego, manifestam-se através da mente, substituindo
a Essência.
Onde
estão aquelas nobres intenções, aquelas
intenções que tínhamos quando éramos
pequenos?
Não
queremos dar-nos conta de que já fomos crianças,
nos esquecemos disso. Jesus, o Grande Cabir, disse: "Até
que não sejais como crianças, não podereis
entrar no Reino dos Céus".
Existe
uma coisa que nos impede de ser crianças, é
este Ego que temos, feixe de recordações,
paixões, temores, ódios, rancores, luxúria,
etc. Se queremos a verdadeira felicidade, não nos
resta outro remédio que recordar aquelas belas intenções
que tínhamos quando éramos pequenos, antes
que o Ego tivesse a oportunidade de se manifestar, antes
que a personalidade se tivesse formado, quando ainda dávamos
os primeiros passos...
Foi
quando nos propusemos belas resoluções, certas
resoluções que mais tarde esquecemos. Foram
esquecidas quando a personalidade se formou definitivamente.
Foram esquecidas quando o Ego entrou em ação.
Então,
nos tornamos outros e sentimos satisfação
em termos nos tornado outros. Lançamos ao esquecimento
a simplicidade da inocência e, ofuscados e enganados,
ofuscados e alucinados, crescemos.
Esta
condição que temos de adultos complicados
e difíceis é superior à inocência
que um dia tivemos?
Faz-se
necessário, meus caros irmãos, compreendermos
a necessidade de voltarmos ao ponto de partida original,
de reconquistar a infância, na mente e no coração.
Para tanto, só há um caminho: apelar a nossa
Divina Mãe Kundalini, saber amar realmente a nossa
Divina Mãe Kundalini, compreendê-la.
De
que forma poderíamos nos aproximar de nossa Divina
Mãe?
Antes
de tudo, queridos irmãos, aprendendo a amar a nossa
mãe terrena, como ponto de partida, já que
ela é a viva manifestação do Eterno
Feminino, aprendendo a amar todas as mãezinhas do
mundo. E quanto a nós, os homens, aprendendo a ver
em cada mulher uma mãe, a ver nelas a viva representação
do Eterno Feminino, porque se vemos uma mulher e a primeira
coisa que chega à nossa mente é a luxúria,
pensamentos doentios, estamos insultando o Eterno Feminino,
estamos pisoteando em nossa Divina Mãe, estamos envergonhando
aquela que é todo amor.
Há
um ditado espanhol que diz: obras são amores e não
boas razões. De que serve que amemos nossa mãe
se não o demonstramos com fatos?
De
que serve dizermos que amamos o Eterno Feminino, a tal ou
qual criatura, se a primeira coisa que chega à nossa
mente são pensamentos mórbidos e de luxúria?
Onde está o amor ao Eterno Feminino, à Divina
Mãe?
Insultando-a
dessa forma, pisoteando-a?
Reflitamos,
meus caros irmãos, reflitamos... Façamo-nos
dignos, se é que queremos, realmente e de verdade,
caminhar com Devi Kundalini Shakti. Então nossos
corações, inflamados pelo amor, se aproximarão
dela e Ela de nós.
Ninguém
conseguiria eliminar os elementos inumanos que possui sem
a ajuda dela. Assim como ela nos limpou quando éramos
crianças e nos banhou, assim como ela nos alimentou,
assim também a Divina Mãe elimina todas essas
sujeiras que carregamos, todos esses espectros abomináveis
que em conjunto constituem o Ego, o mim mesmo, o si mesmo.
Vocês
acham que esta época atual é mais bela que
a da sua infância? Estão equivocados, porque
até que não reconquistem a infância
perdida na mente e no coração, não
poderão de modo algum conseguir a liberação
final.
Uma
das provas pelas quais todo o principiante passa neste caminho
é a do Fogo. Quando sai vitorioso desta prova, obviamente
entra no Salão dos Meninos. Assim se chama um templo
muito especial onde se é recebido, sob a condição
de haver triunfado.
Então,
os Adeptos da Fraternidade Branca, os Mestres do Colégio
de Iniciados da Branca Irmandade, todos com a aparência
de crianças, nos dão as boas vindas. E quando
os saudamos, "que a Paz seja convosco", ou "Paz
Inverencial", a resposta é: "E com vosso
Espírito também!"
Por
que eles têm que nos dar as boas vindas na forma de
crianças, quando saímos vitoriosos da prova
do Fogo? Obviamente, porque só com o Fogo podemos
reconquistar a inocência. Por isso, é indispensável
trabalhar com o Fogo Sagrado, com essa Flama Santa do amor,
sabendo amar. (Sobre este tema o Fogo
Sagrado o mostramos de forma detalhada em nosso Curso de
Antropologia Holística)
Ao
falar do fogo, não é demais lembrar o Cristo
Jesus em sua cruz. Ao pé dela está a Mãe;
Ela não poderia faltar, impossível. E sobre
a cruz, o INRI: "Ignis Natura renovatur Integran",
"o Fogo renova incessantemente a Natureza".
Necessitamos
encontrar o Grande Cabir dentro de nós. Quando alguém
lê as Epístolas do apostólo Paulo, pode
verificar com surpresa que rara vez ele menciona o Grande
Cabir Jesus, o Cristo histórico, mas sempre alude
ao Cristo Íntimo.
Obviamente,
o nome Jesus vem da palavra hebraica Jeshua, que significa
Salvador. É o Salvador que devemos buscar dentro
de nós mesmos. Ele sempre vai nos braços de
sua Mãe, é o menino Hórus (entre os
egípcios) nos braços de Ísis.
É
urgente saber, irmãos, que esse Jeshua vem nos braços
de nossa Mãe Kundalini particular, que o Crestos
Cósmico de modo algum poderia se expressar através
de nós, se não se convertesse em Jesus.
Na
verdade, existe o Logos; o Pai, o Filho e o Espírito
Santo formam um todo único, que entre os egípcios
se chama Osíris. Ele se desdobra em Ísis,
a Mãe Divina, a Esposa. Ela e Ele se amam e, como
resultado de seu amor, Ela concebe "por obra e graça
do Espírito Santo", isto é, por obra
e graça de seu esposo. Em seu ventre imaculado e
virginal desce o Crestos, o Segundo Logos entra em seu ventre
e se converte, como é dito na "Divina Comédia",
no "Filho de sua Filha, o filho da Divina Mãe
Kundalini.
Ela
o leva em seus braços, por isso é que Ísis
sempre leva Horus em seus braços e Maria, Jesus.
A
Divina Mãe particular também leva nosso Jesus
íntimo em seus braços. Quando (havendo amado
muito a nossa Mãe) nos tornamos dignos, somos então
merecedores de nos converter em Casa d'Ele, do Senhor.
É
dito que Ele nasce num estábulo, à meia-noite,
onde estão os animais, os animais do desejo. Esse
estábulo é o nosso próprio corpo. Ali
nasce nosso Jeshua, e depois tem de crescer e se desenvolver.
O
nosso Salvador íntimo, individual, deve sofrer em
si mesmo todas as tentações e vencê-las.
Ele deve vencer as potências das trevas em si mesmo,
Ele deve vencer os tenebrosos em si mesmos. Ele deve viver
como um homem entre os homens, ter carne e osso (nossa carne,
isso é claro), deve ser um homem entre os seres que
povoam a face da Terra e vencer em sua passagem.
Por
isso é o nosso Salvador. Nosso processo psicológico
se converte em seu processo, Ele tem de ordenar e transformar
nossa psique, os desejos e as preocupações,
etc.,
Ele
deve desintegrar. Por algum motivo foi chamado de "Santo
Firme", porque não pde ser vencido, e no fim
sempre triunfa e se cobre de glória. Por isso, o
Fogo Sagrado, personificado em Jeshua (em nosso Jeshua,
não no Jeshua histórico), é digno de
todo louvor e glória, senhorio e majestade.
Ele
ama sua Mãe e sua Mãe O ama. Somente por meio
de sua Mãe se consegue que Ele nasça em nosso
estábulo interior para converter-se em nosso Salvador.
Se não amamos a Mãe de Jeshua interior, tampouco
amamos o Filho. Como poderia o Filho vir a nós se
não amamos sua Mãe?
Aquele
que quiser amá-la tem que demonstrar com fatos, amando
àquela que nos deu a vida e vendo ela (a que nos
deu vida) em cada mulher. Assim, irmãos, faz-se necessário
compreender este grande mistério do Cristo e da Mãe
Divina.
Faz-se
necessário tornar-nos simples, tolerantes e modestos,
porque só assim, meus caros irmãos, seguiremos
pelo caminho verdadeiro. Quero que vocês reflitam
nisto que estamos falando esta noite. Quero que regressem
ao ponto de partida original, que regressem ao primeiro
amor, que reconquistem a infância perdida na mente,
no coração e no sexo, para que entrem pelo
caminho da salvação, da Cristificação.
Quem
quiser realmente ser salvo deve saber amar. Como se poderia
realmente amar a mulher, se quando a olhamos vêm a
nossa mente pensamentos eróticos de luxúria?
Isso é ofendê-la, insultá-la.
Poderia
se objetar dizendo que existe uma infinidade de mulheres,
prostitutas, etc., mas somos, por acaso, juizes para julgarmos
o Eterno Feminino? Com que direito o fazemos?
Quem
nos converteu em juizes do Eterno Feminino? Ou será
que nos julgamos santos? Que recobramos a inocência?
Não
devemos julgar. As próprias mulheres devem ver em
cada mulher uma mãe. As próprias mulheres
devem amar sua mãe e adorar sua Divina Mãe
Kundalini, se quiserem se fazer merecedoras de receber um
dia o Santo Firme.
Por
aí existe uma oração santa que diz:
É
um cântico precioso às Três Grandes Forças
Primárias do Universo.
Essas
três forças constituem, por si próprias,
ao Pai, Osíris, que, ao desdobrar-se, converte-se
em Neith, em Isis, e da união d'Ele com Ela resulta
nosso Jeshua particular, nosso Jesus Cristo Íntimo,
próprio e muito próprio em nós, aquele
que deve entrar em nós (em nosso corpo) para salvar-nos.
O
especial desta oração é aquilo de:
Santo Deus, Santo Firme, Santo Imortal, porque o Velho dos
Séculos da Cabala é o Santo Deus, o Santo
Firme é Jeshua, nosso Jeshua íntimo e particular,
porque se incorporando em nós toma posse de todos
os nossos processos psicológicos para vencê-los
em si mesmo, toma posse de nossas paixões para transmutá-las
em si mesmo, suportando em carne e osso todas as tentações
que nos chegam para vencê-las em si mesmo. Isso
ninguém pode fazer senão o Santo Firme.
É
interessante também aquela parte de: Santo Afirmar,
Santo Negar, Santo Conciliar. Por que? A primeira força
é a do Eterno Afirmar: o Pai. A segunda a da Eterna
Negação, a do Filho. E a terceira é
a da Eterna Conciliação, do Espírito
Santo. O
Pai afirma. o Filho nega, o Espírito Santo concilia.
O
que nega o Filho? Por que se diz que o Filho nega? O Filho
nega porque não quer tudo o que nós queremos:
paixões, defeitos psicológicos, etc. E por
que se diz que a Terceira Força é o Santo
Conciliar? Porque com essa Terceira Força nos reconciliamos.
Com quem? Com a Divindade. Estou me referindo de forma enfática
à força sexual, a força com a qual
nosso corpo foi formado, a força com que ele se desenvolveu
no ventre de nossa mãe, a força que nos trouxe
à existência.
Porque
se diz: Transubstanciados em mim, para meu Ser, para nosso
Ser?
Porque
as Três Forças Primárias do universo,
a do Pai muito amado, a do Filho muito adorado e a do Espírito
Santo muito sábio, passam pela transubstanciação
em nós para nosso Ser. Compreendem o que isto significa,
meus caros irmãos?
Transubstanciar,
isto é, fazer com que uma substância se converta
em outra.
Agora
compreendem porque as três Forças Primárias
passam pela transubstanciação em nós
e para nós? Isso é grandioso!
É
óbvio que precisamos cristalizar em nós as
Três Forças Primárias.
Assim,
meus queridos irmãos, reflitam e se esforcem por
eliminar o Eu Psicológico. Regressem ao primeiro
amor, tratem de reconquistar a inocência em seus corações,
lutem por isso, aprendam a amar o Eterno Feminino. Assim,
um dia, poderão ter a sorte de encarnar em si mesmos
ao Jesus particular e individual.
Não
quero subestimar o Grande Cabir Jesus, que na Terra Santa
ensinou esta doutrina. Se por alguma razão ele é
grande, foi porque ensinou a doutrina do Eterno Salvador,
nosso Salvador interior, profundo, nosso Jeshua.
Até
aqui a sábia palavras do V. M. Samael Aun Weor